Desligamento da Bravo 18 pode comprometer assistência à população e sobrecarregar sistema de urgência e emergência
A possível retirada da ambulância Bravo 18, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), tem gerado grande preocupação em Telêmaco Borba. A viatura de suporte básico foi implantada em dezembro de 2021 com o objetivo de atender emergências nas rodovias federais BR-376 e BR-153, após o fim da concessão de pedágio no Paraná.
Logo nas primeiras semanas de operação, a Bravo 18 passou a atender, além das rodovias, também a área urbana do município, realizando chamados de urgência e transferências hospitalares para Telêmaco e cidades vizinhas da 21ª Regional de Saúde.
A viatura é mantida com recursos do Governo do Estado, que repassa cerca de R$ 60 mil mensais à Prefeitura de Telêmaco Borba. A administração municipal então direciona os valores a um consórcio regional, responsável por gerir o SAMU em parceria com uma empresa terceirizada. A equipe da Bravo 18 é composta por seis técnicas de enfermagem e cinco condutores/socorristas.
Com o novo leilão das concessões rodoviárias, o Governo sinalizou que a viatura não será mais mantida, o que pode prejudicar seriamente o atendimento à população.
Demanda elevada e possível sobrecarga
Atualmente, Telêmaco Borba conta com três viaturas do SAMU: duas de Suporte Básico e uma de Suporte Avançado, equipada como UTI móvel. A Bravo 18, mesmo destinada inicialmente para rodovias, tem atuado diariamente no perímetro urbano devido à alta demanda, são cerca de 14 ocorrências diárias, somando os chamados recebidos pelas três ambulâncias.
A retirada da viatura comprometeria diretamente o tempo de resposta dos atendimentos, principalmente porque a unidade de Suporte Avançado realiza, em média, três transferências intermunicipais por dia. Isso deixaria o município, em muitos momentos, com apenas uma viatura de suporte básico para cobrir toda a cidade e região.
NÚMERO DE ATENDIMENTOS ATENDIDOS SOMENTE PELA BRAVO 18:
Os dados de atendimentos realizados pela Bravo 18 reforçam sua importância para o município:
2021: 09 atendimentos (entrada em operação no final do ano)
2022: 1.473 atendimentos
2023: 1.643 atendimentos
2024: 1.778 atendimentos
A tendência de crescimento ano a ano evidencia a necessidade de manutenção da viatura para garantir agilidade e qualidade no atendimento à população.
IMPACTOS E INCERTEZAS:
Caso a Bravo 18 seja desativada, os 11 profissionais que atuam nela podem ser demitidos. Além da sobrecarga nos serviços de urgência, o desligamento representaria desemprego para parte da equipe técnica e condutores socorristas.
A reportagem apurou que lideranças políticas locais estão em diálogo com o Governo do Estado para tentar reverter a decisão. Uma das alternativas seria a manutenção da viatura com recursos próprios do município. Contudo, ainda não há uma definição oficial, pois a situação depende da análise jurídica do contrato vigente, que vai até junho de 2025.
Durante a semana, a equipe de reportagem da rede nossa de comunicação tentou contato com o secretário municipal de Saúde, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Enquanto isso, os novos serviços nas rodovias, com equipes próprias atuando nos pedágios, devem entrar em operação nos próximos dias. Isso reforça a possibilidade de retirada da Bravo 18.
De acordo com a portaria do Ministério da Saúde pela quantidade de habitantes, Telêmaco Borba, pode até três ambulâncias do SAMU.
APELO À GESTÃO MUNICIPAL
Diante da iminente retirada da viatura, a comunidade faz um apelo:
"Pedimos à prefeita Rita Mara Araújo, juntamente com sua equipe, que olhe com carinho para essa situação e lute para que a ambulância Bravo 18 seja mantida no município."
A permanência da viatura é vista por muitos como essencial para preservar vidas e garantir um atendimento mais ágil e eficaz e de qualidade à população de Telêmaco Borba e região.
TEXTO E INFORMAÇÃO, IMAGENS:REDE NOSSA DE COMUNICAÇÃO